publicado em: 22/06/2023
Hospital de Base deu um tapa na cara de seus trabalhadores.
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de São José Rio Preto (SINSAÚDE), vem a público manifestar seu repúdio diante da lamentável postura adotada pela direção da FUNFARME (Hospital de Base) representada pelo Dr. Jorge Fares, em relação à negativa de concessão de um aumento salarial digno aos seus valorosos funcionários.
Desde logo, é preciso informar que nas negociações coletivas dos últimos anos, a FUNFARME, na pessoa do dr. Jorge Fares, vem reiteradamente alegando não possuir condições de conceder aumentos reais de salários ou a instituir benefícios elementares, sobretudo para empresas da Saúde, tal como o plano de saúde a seus funcionários, alegando que diante da pandemia da Covid, a Instituição deixou de angariar recursos na prestação regular de serviços, para atender aos pacientes infectados, muito embora venha sistematicamente recebendo expressivos recursos do Governo do Estado, sempre postergando para um momento posterior, que pelo visto, jamais irá ocorrer. Ao menos enquanto o Diretor atual continuar a frente da Instituição, o que volta a ocorrer na negociação coletiva deste ano.
Não obstante, o Diário Oficial de 29/04/2.022 trouxe o balanço anual da Instituição, que informa ter havido um superávit anual no importe de R$ 38.787.726,72 (trinta e oito milhões, setecentos e oitenta e sete mil, setecentos e vinte e seis reais e setenta e dois centavos), e um aumento patrimonial de R$ 301.014.138,70 para R$ 339.351.983,02.
A Instituição recebeu, somente de verbas distribuídas pelo Governo do Estado ano passado, R$ 264.590.302,52 (duzentos e sessenta e quatro milhões, quinhentos e noventa mil, trezentos e dois reais e cinquenta e dois centavos), sendo que o valor recebido nos últimos três anos se aproxima do Bilhão de reais.
Ainda, em matéria publicada pelo Diário da Região no dia 21/06/2023, a Diretoria da Instituição informa que a FUNFARME (Hospital de Base) recebeu, por meio de doações de empresários, a expressiva quantia de 10 milhões de reais.
Este cenário demonstra o total desprezo da Instituição para com os funcionários da Saúde, representados pelo SINSAUDE, e causou profunda revolta entre os funcionários, uma vez que a direção da FUNFARME (Hospital de Base) se nega a oferecer um aumento salarial que minimize os gravíssimos impactos da inflação (que sabidamente é muito superior ao índice de 3,82 % no ano), o que ficou evidente no ano de 22, quanto o IPCA foi de 10% e o IGPM de 32%, e ainda que reconheça os sacrifícios que este corpo de funcionários teve que fazer no período de pandemia, inclusive colocando em risco suas próprias vidas.
Em assembleia da categoria, foi aprovado com pauta de negociação um índice de reajuste salarial de 6,83%, porém a direção da FUNFARME (Hospital de Base) apresentou uma contraproposta de apenas 3,83%. Diante da contraproposta, foi realizada nova assembleia com os representados entre os dias 07 e 11 de junho, em que esta contraproposta foi rejeitada pelos trabalhadores, obtendo 60,64% de votos contrários.
No dia 12 de junho, o SINDAUDE comunicou à direção da FUNFARME (HOSPITAL DE BASE) o resultado da assembleia e reiterou que não seria possível celebrar o Acordo Coletivo de Trabalho para o ano de 2023/2024 ante a manifestação soberana da assembleia, que anseia por um reajuste salarial digno. Em resposta no dia 13 de junho foi enviado ao SINSAUDE um novo ofício, onde a FUNFARME (Hospital de Base) informa que não haveria possibilidade de melhorar o percentual de reajuste salarial, justificando “o cenário econômico de calamidade que assola a instituição” !!!
A posição da Diretoria, com o devido respeito, foge da realidade revelada pelo balanço da instituição e ainda de declaração da Diretoria, de que recebeu mais de dez milhões de reais em doações, que a sociedade civil realizou, para uma instituição que não dá a mínima para seus funcionários.
Diante dessa recusa injustificada, o presidente do SINSAUDE, Sr. Reinaldo Dalur de Souza, empreendeu esforços para buscar uma solução negociada e, no dia 15 de junho, esteve novamente reunido com a direção da FUNFARME (Hospital de Base), onde foram apresentadas algumas possibilidades, ficando acordado que estariam analisando para apresentar uma proposta final.
Contudo, na última reunião realizada em 19 de junho, a direção da FUNFARME (Hospital de Base) representada pelo Dr. Jorge Fares, reiterou ao SINSAUDE que, devido à situação econômica, não seria possível oferecer quaisquer melhorias na contraproposta já apresentada.
É com profunda indignação que afirmamos que essa atitude é um verdadeiro tapa na cara dos funcionários, uma vez que a FUNFARME (Hospital de Base) recebe vultuosas verbas e doações ao longo do ano, sem, no entanto, conseguir valorizar adequadamente seus próprios funcionários.
Nesse sentido, o SINSAÚDE reafirma seu compromisso na defesa dos direitos e interesses dos seus representados, trabalhadores da saúde. Em resposta a esta injustiça, o Sindicato tomará todas as providências cabíveis, incluindo pedido de mesa redonda para retomar as negociações, e representação para que o Ministério Público fiscalize a utilização das verbas públicas milionárias que vem sendo pagas, botando uma lupa nas prestações de contas que vem sendo apresentadas, e, caso não obtenha êxito, não será descartada a possibilidade de uma paralização ou deflagração de greve, se de vontade dos trabalhadores, como forma legítima de pressionar por uma resposta adequada e justa às reivindicações.
Os trabalhadores estão indignados com essa situação e esperam que a direção da FUNFARME (Hospital de Base) reveja sua postura desumana e demonstre um real comprometimento com aqueles que são fundamentais para o funcionamento e a qualidade dos serviços prestados pela instituição.
Reafirmamos nosso compromisso em buscar uma solução justa e satisfatória para todas as partes envolvidas, garantindo condições de trabalho dignas e valorizando o empenho dos profissionais que atuam na FUNFARME (Hospital de Base).
Atenciosamente,
Reinaldo Dalur de Souza
Diretor Presidente